quinta-feira, abril 10, 2008

NONO SEMINÁRIO: T.I.6. A Neurose Obsessivo-Compulsiva.

Programa do encontro:

A NEUROSE OBSESSIVO-COMPULSIVA
1. BIBLIOGRAFIA SUMÁRIA:
1.1. Fenichel, O. Teoria Psicanalítica das Neuroses. Rio: Atheneu, 1981.
1.2. Mckinnon, R. A. & Michels, R. The Psychiatric Interview in Clinical Practice. London: Saunders, 1971 [em português: A Entrevista Psiquiátrica. São Paulo: Artes Médicas, 1971; em espanhol: Psiquiatria Clínica Aplicada. México: Nueva Editorial Interamericana, 1973];
1.4. Busca em:
1.4.1. www.estantevirtual.com.br;
1.4.2. www.traca.com.br
1.4.3. Google;
2. INTRODUÇÃO
2.1. “Psicopatologia Dinâmica”: O rótulo dos rótulos:
2.1.1. “Pathos” e “Nosos”
2.1.2. “Logos” e “Grapho”
2.1.3. Nosografia e nosologia:
2.1.3.1. Nosologia: “a classificação”
2.1.3.2. Nosografia: “a nomenclatura”
2.1.4. O CID:
2.1.4.1. Origem (1893):
2.1.4.2. Importância:
2.1.4.3. Comparação com o DSM;
2.2. “Psiconosologia dinâmica:
2.2.1. O conceito de saúde mental: “capacidade de, mediante a interação harmônica de intenções passíveis de serem verbalmente representadas, orientar o próprio comportamento de forma a, dentro das limitações impostas pelo meio ambiente, obter o máximo possível de prazer e de funcionalidade” (César Ebraico)
2.2.2. As grandes categorias:
2.2.2.1. Oligofrenia;
2.2.2.2. Demências;
2.2.2.3. Psicoses;
2.2.2.4. Psicopatia;
2.2.2.5. Neuroses:
2.2.2.5.1. Vegetoneuroses;
2.2.2.5.1.1. Neurose de Angústia (= Transtorno de Pânico);
2.2.2.5.1.2. Neurastenia
2.2.2.5.2. Psiconeuroses;
2.2.2.5.2.1. Histeria:
2.2.2.5.2.1.1. De angústia (→ neurose fóbica);
2.2.2.5.2.1.2. De conversão;
2.2.2.5.2.2. Neurose Obsessivo-Compulsiva;
3. NOSOLOGIA
3.1. Quadro Clínico
3.1.1. Sintomatológico:
3.1.1.1. O “Zwang” (= coerção):
3.1.1.1.1. Fobias;
3.1.1.1.2. Obsessões;
3.1.1.1.3. Fobias Obsessivas (incl. “folie du doute”);
3.1.1.1.4. Compulsões
3.1.2. Caracterológico:
3.1.2.1. Fernando Pessoa: “Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia...” (Obra Poética. Rio: Aguilar, 1983, p. 201.)
3.1.2.2. Freud:
3.1.2.2.1. Disciplina:
3.1.2.2.1.1. pontualidade
3.1.2.2.1.2. limpeza
3.1.2.2.1.3. escrupulosidade
3.1.2.2.1.4. organização
3.1.2.2.1.5. lógica
3.1.2.2.2. Parcimônia:
3.1.2.2.2.1. Emoções
3.1.2.2.2.2. Tempo
3.1.2.2.2.3. Dinheiro
3.1.2.2.3. Obstinação:
3.1.2.2.3.1. Oposicionismo explícito;
3.1.2.2.3.2. Obediência literal invalidante;
3.1.2.3. McKinnon & Michels:
3.1.2.3.1. Tudo do Freud
3.1.2.3.2. Mais:
3.1.2.3.2.1. Pensamento abstrato;
3.1.2.3.2.2. Necessidade de controle:
3.1.2.3.2.2.1. Rigidez muscular;
3.1.2.3.2.2.2. Recusa em delegar;
3.1.2.3.2.2.3. Segurança mais importante do que amor;
3.1.2.3.2.2.4. Falta de criatividade e de imaginação;
3.2. Etiologia:
3.2.1. “Nature” masculino:
3.2.1.1. Hereditariedade;
3.2.1.2. Imprinting;
3.2.2. Nurture
3.2.2.1. recalque externo (RecE) levando a Recalque Interno (RecI);
3.3. Patogenia:
3.3.1. Desenvolvimento:
3.3.1.1. Processual: pp para os.;
3.3.1.2. Pulsional: oral, anal, fálica, anal;
3.3.1.3. Objetal: narcisismo, obj. incest., objeto simb. Incest.;
3.3.1.4. Temático: pólo ativo de coito sado-masoquista;
3.3.2. Mecanismos de Desfesa:
3.3.2.1. Recalque
3.3.2.2. Isolamento
3.3.2.2.1. Representação Ideativa (RepI) x RepI
3.3.2.2.2. Representação Afetiva x RepI
3.3.2.2.3. Deslocamento
3.3.2.2.3.1. Com Formação reativa/
3.3.2.2.3.2. Sem formação reativa
3.3.2.2.4. Anulação retroativa;
4. EXAMES:
4.1. Entrevista:
4.1.1. Problemática central:
4.1.1.1. Tema: supra-referido (pólo ativo de coito sado-masoquista);
4.1.1.2. Tipo de resistência: manutenção do isolamento com particular repulsa ao irracional para evitar o contato com a culpa;
4.1.1.3. Técnicas de defesa:
4.1.1.3.1. Uso de Notas e Listas;
4.1.1.3.2. Proliferação de detalhes irrelevantes;
4.1.1.3.3. (De)negação;
4.1.1.3.4. Eufemismos;
4.1.1.3.5. Distúrbios relativos à penetração:
4.1.1.3.5.1. visual
4.1.1.3.5.2. auditiva
4.1.1.3.5.3. verbal
4.1.1.4. Manejo:
4.1.1.4.1. “Contra-transferências” (disc.) típicas:
4.1.1.4.1.1. Ansiedade;
4.1.1.4.1.2. Irritação;
4.1.1.4.1.3. Desinteresse, enfado;
4.1.1.4.2. Principal solução:
4.1.1.4.2.1. Pedagógica (“similia similibus curantur”);
4.2. Testes:
4.2.1. Rorschach:
4.2.1.1. Geral
4.2.1.1.1. de Patologia: relação forma / cor;
4.2.1.1.2. de Neurose: choque à cor;
4.2.1.2. Específico do TOC:
4.2.1.2.1. Intensa angústia de castração:
4.2.1.2.1.1. Respostas de defeito
4.2.1.2.1.2. Estupor diante de símbolo sexual masculino
4.2.1.2.2. Regressão à fase anal:
4.2.1.2.2.1. Respostas de complexo;
4.2.1.2.3. Aumento de impulsos homossexuais
4.2.1.2.3.1. Respostas de complexo;
4.2.1.2.3.2. Aumento de impulsos agressivos:
4.2.1.2.3.2.1. DZw aumentadas;
4.2.1.2.3.3. Severidade (não eficácia) do Superego:
4.2.1.2.3.3.1. F% acima de 80;
4.2.1.2.3.3.2. F+% acima de 80;
4.2.1.2.3.3.3. T alto;
4.2.1.2.3.3.4. V alto;
4.2.1.2.3.3.5. Do;
4.2.1.2.3.3.6. Consciência de interpretação aumentada;
4.2.1.2.3.3.7. Crítica ao objeto;
4.2.1.2.3.4. Intensa defesa contra a agressão:
4.2.1.2.3.4.1. Aversão ao vermelho;
4.2.1.2.3.4.2. Descrições;
4.2.1.2.3.5. Uso de defesas típicas da fase anal
4.2.1.2.3.5.1. Isolamento:
4.2.1.2.3.5.1.1. Representação Ideativa / Representação Afetiva
4.2.1.2.3.5.1.1.1. Localização pela cor;
4.2.1.2.3.5.1.1.2. Expressão Indiferente de respostas sexuais ou agressivas habitualmente penosas;
4.2.1.2.3.5.1.1.3. F onde geralmente FbF;
4.2.1.2.3.5.1.2. Representação Ideativa / Representação Ideativa;
4.2.1.2.3.5.1.2.1. P.A. empobrecido;
4.2.1.2.3.5.1.2.2. Combinações confabulatórias;
4.2.1.2.3.5.1.2.3. Isolamento manual;
4.2.1.2.3.5.1.2.4. Respostas intercaladas entre duas relacionadas associativamente;
4.2.1.2.3.5.1.2.5. Fabulação;
4.2.1.2.3.5.2. Deslocamento:
4.2.1.2.3.5.2.1. Dd aumentadas;
4.2.1.2.3.5.2.2. Cor falsa;
4.2.1.2.3.5.3. Formação reativa:
4.2.1.2.3.5.3.1. Respostas humorísticas com conteúdos em si mesmo penosos;
4.2.1.2.3.5.3.2. Respostas de conteúdo contraditório (“diabos brincando de roda”);
4.2.1.2.3.5.4. Anulação retroativa:
4.2.1.2.3.5.4.1. “Correção da resposta” (“um diabo, mas de uma espécie amistosa”, “um monstro feroz, mas deste tamaninho”);
4.2.1.2.3.5.4.2. Resposta “má” seguida de resposta “boa” (“monstro feroz”, seguida de “carneirinho”)
4.2.1.2.3.5.5. Tudo isso com grande participação da vida ideativa:
4.2.1.2.3.5.5.1. B alta;
4.2.1.2.3.5.5.2. R maior que 35;
4.2.1.2.3.5.6. Onde se vê:
4.2.1.2.3.5.6.1. Ambivalência desejo x defesa: TV aproximadamente ambigual
4.2.1.2.3.5.7. Mas com o pólo “defesa” levando vantagem sobre o pólo “desejo”: B maior do que Fb;
4.2.1.2.3.5.8. Embora o “eu” tente manter o maior equilíbrio possível: acentuação da simetria;
4.2.1.2.3.5.9. Sem conseguir, contudo, integrar os pólos do conflito: TS rígido ou relaxado, rara vez ordenado;
4.2.2. Grafismo (HTP):
4.2.2.1. Geral:
4.2.2.1.1. Inibição:
4.2.2.1.1.1. Traço leve;
4.2.2.1.1.2. Figuras rígidas;
4.2.2.1.2. Deslocamento:
4.2.2.1.2.1. Minuciosidade;
4.2.2.1.2.2. Ênfase nos detalhes;
4.2.2.1.3. Tentativa de controlar a ambivalência: simetria excessiva;
4.2.2.2. Casa:
4.2.2.2.1. Isolamento (RepI x RepA): “bird’s view”;
4.2.2.2.2. Bloqueio da fantasia: teto pequeno, até mesmo afundado;
4.2.2.3. Árvore:
4.2.2.3.1. Deslocamento: multiplicação e detalhamento das folhas;
4.2.2.3.2. Objetos “bons” e “maus” introjetados (Fairbairn): folhas voltadas para dentro;
4.2.2.4. Pessoa:
4.2.2.4.1. Inibição:
4.2.2.4.1.1. Figuras pequenas;
4.2.2.4.1.2. Com pouco movimento;
4.2.2.4.2. Bloqueio da fantasia:
4.2.2.4.2.1. Cabeça pequena;
4.2.2.4.3. Especial bloqueio da agressividade: ênfase nas juntas;
4.2.3. TAT:
4.2.3.1. Ativação da área intelectual: estórias longas;
4.2.3.2. Deslocamento: cheias de minúcias;
4.2.3.3. Intelectualização, eliminação da espontaneidade:
4.2.3.3.1. Atribuição dos sentimentos das personagens à “lógica” da estória;
4.2.3.3.2. Descrição em vez de estória;
4.2.3.3.3. Impossibilidade de terminar a estória por falta de “dados objetivos”;
4.2.3.3.4. Estória “monótona” e “sem vida”;
4.2.3.4. Disciplina pedante: ditar a pontuação, linguajar;
4.2.3.5. Ambivalência: estórias em que as personagens se encontram paralisadas pela dúvida;
4.2.3.6. Anulação retroativa: contar estória e fornecer alternativa com desenlace oposto.
4.2.4. WECHSLER:
4.2.4.1. Quantitativo:
4.2.4.1.1. Total:
4.2.4.1.1.1. Raramente QI menor do que 100;
4.2.4.1.1.2. Freqüentemente maior do que 110;
4.2.4.1.2. Escalas:
4.2.4.1.2.1. V maior que D (casos em que D não é baixo: “it is usually safe to assume some degree of chronicity and ‘adjustment’ to the neurosis, such that the patient is not in the state of incapacitating tension at the time of testing”);
4.2.4.1.3. Sub-testes:
4.2.4.1.3.1. Compreensão e semelhanças baixos; oposicionismo, dúvida, incapacidade de separar o importante do desimportante;
4.2.4.1.3.2. Informação e vocabulário altos: particularmente significativo se com “over-detailed factual reference, qualification or specification”;
Qualitativo: "the most reliable indicator of obsessive-compulsive features in the Bellevue-Scale is the quality of verbalization: if verbalization is over-detailed and doubt-laden, obsessive-compulsive features are conspicuous in the character make-up, if not in the pathology itself."
5. TRATAMENTO:
5.1. Indicação: psa;
5.1.1. Modus operandi:
5.1.2. Pedagogia: repassar para o paciente a natureza dos mecanismos de defesa nele operantes;
5.1.3. Análise de resistências:
5.1.3.1. Ao irrelevante;
5.1.3.2. Ao desagradável;
5.1.3.3. Ao irracional: a ênfase é aqui;
5.2. Evolução: neurose fóbica e saúde.